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Dilma Rousseff e o Porto de Mariel (I) – Contradições e Demagogia

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É irônico que a maior obra da presidente Dilma Vana Rousseff seja o Porto de Mariel, em Cuba, porém, não é de espantar. O governo brasileiro vem estreitando laços com Cuba há mais de uma década e a parceria fortaleceu-se ao ponto de investir lá em algo que não investe aqui.

Mas não é tudo. A obra de US$957 milhões tem US$682 milhões saídos dos cofres brasileiro, logo, dos bolsos dos contribuintes brasileiros. Não satisfeita, a presidente ainda deixou a obra nas mãos da Odebrecht, uma das maiores doadoras das campanhas de Lula e da própria Dilma. Coincidência? Também será responsável pela construção da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no Porto de Mariel, que custará mais US$290 milhões aos brasileiros, via BNDES.

Para calar a qualquer custo a oposição que exige a abertura dos empréstimos secretos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a ditadura castrista, para reforma do Porto de Mariel, a presidente Dilma “elegeu” alguns defensores, capazes de falar qualquer coisa para defender o empreendimento.

Entre eles está Thomaz Zanotto (diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da FIESP). Zanotto afirma que “Cuba pode ser uma plataforma para o Brasil” e fala sobre milhares de empregos gerados no Brasil, por causa da obra, mesmo discurso adotado pelo engenheiro da Odebrecht responsável pelo canteiro de obrar em Mariel, Mauro Hued, que fala em 156 mil empregos. A fórmula? Dizer que para cada R$100 milhões exportados são gerados 19,2 mil empregos. Alguém conferiu tal geração de empregos? Não! Principalmente por saber que não houve tal expansão de empregos nos setores coligados.

Também há quem diga que a balança comercial Brasil – Cuba é extremamente favorável e isso beneficia a economia nacional. Realmente, o volume de exportações do Brasil para Cuba está próximo de US$528 milhões contra US$96,6 milhões de importações. Agora, adivinha com qual dinheiro Cuba pagou os US$528 milhões ao Brasil? Com dinheiro do BNDES. Ou seja, usam o nosso dinheiro para nos pagar, onde está o benefício?

Outro “porta-voz” da presidente quando o assunto envolve o Porto de Mariel é o embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto, que afirma: “o Porto de Mariel será importante com a vinda de empresas brasileiras para se instalarem no complexo portuário de Mariel, que oferece vantagens fiscais e será uma zona de processamento de exportação como as ZPE’s no Brasil, com sistema de drawback, sem limite de remessas dos lucros”.

Só fica uma pergunta: onde estão as ZPE’s brasileiras as quais Cesário Melantonio Neto se refere? Ora, das 23 prometidas por Lula, apenas três foram implantadas e nenhuma delas está em funcionamento. São elas: Acre (ZPE Senador Guiomard), Ceará (ZPE Pecém) e Piauí (ZPE Parnaíba). Inclusive, o responsável pela Associação das Zonas de Processamento de Exportação (Abrazpe) foi indicado pelo PMDB, trata-se do economista Helson Braga.

Adivinhem de quem o dono da empresa ZPE Consult, responsável por liberar os entraves burocráticos do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportações (CZPE), e que fecha contratos de R$100 mil para isso, pagos com nosso dinheiro, é filho? Resposta! É filho de Helson Braga.

Não satisfeitos, os personagens destacados para defender o Porto de Mariel afirmam que este será importante (até fundamental) para a expansão dos canais comerciais na América Central e Caribe. Contudo, nenhum deles informa que há mais de 65 ZPE’s na zona do Caribe, América Central e Golfo do México. Ou seja, há 65 ZPE’s já instaladas, experientes, com legislações pensadas e adequadas ao desenvolvimento delas e profissionais qualificados para, na região onde o governo brasileiro e a ditadura cubana dizem que o Porto de Mariel, recém “reconstruído”, inexperiente devido aos anos fora do mercado, que ainda espera atrair investidores e precisa encontrar profissionais qualificados, será “fundamental” para o desenvolvimento e expansão dos canais de comércio, exportação e importação.

Outro detalhe que omitem é que o Porto de Mariel possui a restrição do Embargo Econômico, logo, a tal “saída para os Estados Unidos” é mentira pura. Além dos próprios moradores de Miami (por onde teriam que passar os produtos vindos de Cuba) serem contra o consumo de produtos vindos de Cuba, também há forte lobby dos próprios cubanos anticastristas que residem nos Estados Unidos, principalmente em Miami.

Tanto que esse lobby fez a poderosa Odebrecht USA perder um contrato de construção e administração por 50 anos da ampliação do aeroporto de Miami, um complexo empresarial dentro de um projeto de US$512 milhões. Porém, o grande prejuízo está na perda do contrato de 50 anos que geraria para a empresa aproximadamente US$1,6 bilhão ao ano, segundo estimativas da própria Odebrecht, ou seja, uma perda de US$80 bilhões.

Dilma Rousseff diz que “Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe”, contudo, não diz que esse “volume” é contabilizado justamente em cima dos empréstimos brasileiros via BNDES e, principalmente, da relação do país com a Venezuela que injeta 100 mil barris de petróleo ao dia na Ilha, em troca de “profissionais cubanos” como médicos, soldados, professores, etc.

Então, diga-me, como a ZPE Mariel será importante para o comércio na região do Caribe, América Central e Golfo do México, tendo que competir com outras 65 ZPE’s já estabelecidas na região, preparadas, experientes e experientes? Não será. Alguns dirão: “mas o Porto de Mariel tem capacidade para receber embarcações que os demais não conseguem”, ora, e daí? De que adianta ter a capacidade de receber navios gigantescos e escoar contêineres imensos, se o Porto não atende a nenhum outro pré-requisito? É igual um vendedor de cachorro quente que possui a capacidade de atender clientes que comem 10 lanches de uma vez e até um mil clientes ao dia, mas trabalha com salsicha estragada, pão duro e condimentos vencidos.

Qual conexão com os Estados Unidos haverá se há o forte lobby da população anticastrista e o embargo que proíbe qualquer navio que atraque em Cuba de ir aos Estados Unidos por 180 dias? Nenhuma, claro.  Como colaborará com a balança comercial brasileira se somos pagos com dinheiro emprestado por nós? Não colaborará. Como gerará empregos sem nenhuma análise, comprovação e credibilidade para atrair investidores em zero? Não gerará.

Engraçado que por aqui o Governo Federal corta R$44 bilhões do orçamento, mas em Cuba não mede esforços nem investimentos. Aqui investe US$15 milhões nos portos, contra US$682 milhões no Porto de Mariel e mais US$290 milhões na ZPE Mariel.

E não estou pedindo para deixar de investir em Cuba e investir no Brasil. Por aqui, bastaria que o Estado desregulamentasse o setor portuário e de instalação das ZPE’s e desonerasse as empresas que os construísse e administrasse, ou seja, sem precisar gastar um centavo sequer do nosso dinheiro. As empresas concorreriam entre si para a construção dos portos e ZPE’s e para atrair empresas para esses locais, logo, a infraestrutura e os serviços seriam melhores e mais baratos, beneficiando tais empresas com diminuição de custos e melhoria das instalações.  A diminuição do custo tornarias tais empresas mais competitivas e aptas a investir mais e melhor, proporcionando aos seus clientes (seja o mercado interno ou externo) produtos e serviços melhores e mais baratos, por sua vez, aumentando os lucros e gerando mais empregos melhor remunerados pela necessidade de mão de obra qualificada. Não há essa mão de obra no local? Devido aos benefícios fiscais e a diminuição de custo, compensa treinar a mão de obra existente, valorizando o trabalhador.

Fica claro que o enorme investimento em Cuba não trará os retornos divulgados pelo governo brasileiro, Dilma Rousseff e seus porta-vozes. É mais uma transferência infrutífera de dinheiro dos pagadores de impostos brasileiros para a ditadura dos Castro. Mas por quê? Isso demonstrarei nos próximos artigos desta série. Fiquem atentos!

Por Roberto Lacerda Barricelli

Fontes:

Ucho Info – http://ucho.info/porto-cubano-pode-levar-a-odebrecht-usa-a-perder-us-80-bilhoes-em-miami

Ucho Info – http://ucho.info/porto-cubano-embargado-atropelou-governo-dilma-que-tenta-vender-gato-por-lebre

G1 – http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/01/presidente-dilma-inaugura-porto-em-cuba-financiado-pelo-bndes.html

Estadão – http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,dilma-inaugura-em-cuba-porto-financiado-pelo-bndes,1123400,0.htm

Diário do Comércio – http://www.dcomercio.com.br/2014/02/18/dilma-tem-de-se-explicar-sobre-porto-de-mariel

Agência Brasil (EBC) – http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-02/governo-faz-corte-de-r-44-bilhoes-no-orcamento-de-2014

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Privatização de restaurantes – Mais uma derrota do socialismo em Cuba

RaulCastro

A ditadura castrista avança com seu programa de privatizações em uma falida Cuba para possibilitar a atividade econômica saudável e expansível. Esse avanço significa uma vergonhosa derrota do socialismo/comunismo (mais uma).

A bola da vez são os restaurantes estatais, sucateados e caros, alguns que atendiam aos turistas mantinham alguma qualidade e também serão privatizados. Há restaurantes privados em Cuba, pequenos estabelecimentos conhecidos como paladares (há aproximadamente dois mil deles na ilha cárcere) que começaram a surgir há alguns anos.

Ao todo, são 20 restaurantes estatais que serão privatizados. O modelo da privatização é o mesmo utilizado para outros setores, como de transportes, mercado alimentício, construção e indústria leve, e consiste em entregar os restaurantes as cooperativas formadas pelos funcionários dos estabelecimentos, que serão responsáveis por tudo que envolve os negócios: estratégia, cardápio, compra de alimentos, preços e divisão dos lucros.

Alguns dirão que Cuba está mantendo em suas mãos apenas os setores estratégicos, na tentativa de defender ao menos um modelo fortemente intervencionista, mas até quando? Ora, antes de privatizar tais setores, Cuba precisa privatizar os menores, isso é óbvio. E nesse aspecto me vem uma constatação importante. O setor de transportes não é um dos mais estratégicos de um país? No caso de Cuba, talvez menos que outros setores, mas não deixa de ser estratégico.

Os funcionários serão responsáveis pelos empreendimentos. Bem, como já eram eles que trabalhavam, não devem ter muita dificuldade para administrar os restaurantes. Quem disse que burocratas são melhores para tomar decisões do que os demais indivíduos? Agora, sujeitos ao sistema de preços e ao mecanismo de lucros e prejuízos, os restaurantes devem ganhar em qualidade e preços acessíveis/baixos de acordo com o público alvo (cubanos ou turistas).

Essa medida segue a linha das reformas liberais em curso na economia cubana desde a transferência do poder de Fidel Castro ao seu irmão, Raul Castro. Por enquanto o que vemos é uma privatização que visa manter as empresas nas mãos dos cubanos, o que não é ruim, desde que tenham forte concorrência interna. Mesmo que as empresas fiquem nas mãos de cooperativas, estas terão que concorrer entre si e em casos como dos taxistas haverá concorrência entre os membros.

É importante salientar que nesse modelo de cooperativas, mesmo que a divisão de lucros seja igualitária, ou seja, todos receberão percentuais iguais do lucro independentemente da função exercida, não há desmotivação, pelo contrário, os indivíduos tendem a se esforçarem mais para que haja mais lucro a ser dividido e seus rendimentos serem maiores, cobrando firmemente daqueles que não estejam também se empenhando, pois não é justo que quem não você se mate de trabalhar para ganhar o mesmo que aqueles que não se empenham.

Como não há um valor definido é possível obter maior renda através de maiores lucros, diferente do sistema onde seu rendimento será fixamente o mesmo de todos os demais independente de sua qualidade e produção, como ocorre no serviço público, onde também não há vantagem alguma em se cobrar do colega para que trabalhe melhor, pois isso não aumenta sua renda, nem a dele.

Se o modelo de cooperativas previsse que não haveria aumento de renda independente do aumento do lucro, que todos ganhariam o mesmo independente de produção e qualidade do serviço, que incentivar uns aos outros a trabalhar melhor não traria nenhum benefício e não houvesse uma solução própria do livre mercado como bonificações, comissões, planos de carreira e benefícios individuais a quem se destacasse, logo, o serviço seria igual ou pior ao estatal devido à falta de motivação para exercê-lo fora do mínimo necessário para não falir.

Neste caso, não há bonificações, comissões, nem planos de carreira e todos provavelmente ganharão percentualmente a mesma fatia do lucro, no entanto, quanto mais e melhor produzirem, maiores serão suas rendas, o que garante o incentivo necessário para que prestem bons serviços e ofereçam bons produtos.

“Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta (neste caso o de aumentar a própria renda através do aumento do lucro total) é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade”. Este é o pensamento de Adam Smith (um dos mais importantes pensadores do liberalismo econômico) e serve como uma luva para explicar a motivação dos funcionários/donos das cooperativas.

Os restaurantes privatizados terão que competir com os dois mil paladares existentes e precisarão oferecer qualidade e preço compatíveis, ou baixos, pois do contrário haverá prejuízo que será de responsabilidade de seus donos. Quem deseja perder dinheiro e/ou falir? Exatamente, ninguém!

Para que o modelo funcione é necessário que a Ditadura Castrista deixe o mercado fluir, sem sufocá-lo com regulamentações e tributos excessivos; o que aparentemente não será o caso, proporcionando um ambiente de livre concorrência e incentivo ao empreendedorismo.

Também será interessante a abertura gradual ao mercado externo visando atrair o investimento estrangeiro. Digo gradual, pois os cubanos primeiro precisam aprender a gerirem seus negócios, para gradualmente o investimento estrangeiro gerar mais riquezas, renda e empregos, sem destroçar a iniciativa privada da Ilha; algo que não poderia ser feito mais rapidamente caso Cuba não estivesse há mais de 50 anos sob a “guarda” do socialismo/comunismo, que criou os problemas que agora obrigam Raul Castro a finalmente aderir às reformas liberais e aos poucos reconhecer a superioridade da livre iniciativa e do livre mercado e os nefastos resultados do socialismo/comunismo.

Aguardemos!

Por Roberto Lacerda Barricelli

Fontes:

G1 Mundo – http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/08/cuba-vai-se-desfazer-de-restaurantes-estatais.html

Livro: “A Riqueza das Nações” (Adam Smith)

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Cuba – Raul Castro “permite” (mas impossibilita) que cubanos comprem carros novos

RauCastro

A Ditadura cubana anunciou em dezembro/2013 uma medida que permite aos cubanos comprarem carros novos, algo que não ocorria desde 1959, sem precisar de autorização governamental. “Sarcasticamente” a permissão veio acompanhada da “impossibilitação” , pois até os carros usados estão com preços absurdamente fora da realidade dos cubanos.

Há duas moedas em Cuba, sendo que em outubro de 2013 a ditadura comunista anunciou que seriam unificadas gradualmente, algo que ainda não ocorreu, são elas: o peso cubano e o peso conversível (CUC). A ilha prisão mantém a taxa de câmbio do peso cubano para o conversível em 24 para 1, enquanto o peso conversível é mantido equiparado ao dólar cambialmente, ou seja, 1 CUC vale US$1. A CUC é utilizada pelos cubanos que atuam no turismo e para estabelecer os preços de itens básicos, aos quais a população tem pouco ou nenhum acesso.

O salário é pago em pesos cubanos e equivale (em média) à US$20 ao mês. Porém, mesmo os carros antigos estão a preços impossíveis para o cubano “comum” arcar. Obviamente, os carros são vendidos com preços estabelecidos em CUC,

Para elucidar a questão, o Peugeot 508 é vendido a 263,185 mil CUC’s, ou seja, 263,185 dólares. Em reais (R$) os números assustam ainda mais, pois o valor convertido fica assim: Peugeot 508 por 263,185.00 pesos conversíveis (R$626 mil). Confira na tabela:

TabelaCarrosCuba

Com a informação de que os cubanos ganham em média US$20 ao mês, que o dólar e o peso conversível são mantidos com o mesmo câmbio, logo, o carro mais “barato” é o BMW Smod (1997) por 14.457.60 pesos conversíveis, aproximadamente R$34.409,08. Isso mesmo, um carro de 1997 custando acima de R$30 mil. Um Uno 2002 custa 18 mil pesos conversíveis (R$42,840.00).

Raul Castro diz: permito que comprem, mas impossibilitarei que isso ocorra. As palavras não saem da boca.

Para um cubano comprar o carro “novo” em uma loja autorizada, mesmo que seja o mais “barato” de todos (a BMW Smod 1997) os cubanos precisarão trabalhar por ao menos 143 anos (sem comer, beber, gastar um centavo sequer do salário) para juntar o dinheiro necessário. Isso é o que ocorre em um mercado controlado pelo Estado, produtos inferiores a preços astronômicos. Não há possibilidade de concorrência devido ao sistema socialista implantado na ilha, logo, as empresas são estatais monopolísticas, sem motivação alguma para lucrar, incapazes de efetuar o cálculo dos preços, portanto, sem quaisquer incentivos para investimentos em qualidade e preços baixos de produtos e serviços.

No livre mercado o empresário deseja lucrar e por isso consegue efetuar o cálculo de qual será o custo de seu produtos e/ou serviço e por quanto ele precisa vendê-los para manter seu negócio lucrativo. No livre mercado não há as absurdas barreiras burocráticas existentes no sistema socialista (como o de Cuba) e isso resulta na entrada de mais empresas nos diversos setores da economia alimentando a livre concorrência. A necessidade de concorrer para não falir obriga empresários e/ou empreendedores a investirem na qualidade de produtos e serviços e em preços menores, para continuarem atrativos aos consumidores e lucrarem.

Já o controle estatal nada faz além de mal. Tanto é que além de abusarem de regulamentações e travarem o mercado, também sobretaxam as operações. Os veículos têm ao menos 38% de imposto, sendo 20% de tarifa de importação, 8% sobre o valor do carro e mais 10% de custos de operação no país. Um produto que já é ruim e caro fica mais caro ainda e um que é bom e inacessível, fica mais inacessível que antes.

Raul Castro diz que utilizará o dinheiro arrecadado com o transporte público. Penso que é melhor os cubanos esperarem sentados por essas melhorias, pois como será gerada alguma receita se não for vendido nenhum veículo? E quem irá comprá-los? Só a elite rica que está dentro do próprio partido comunista de Cuba terá condições para tal. Os demais morrerão com seus salários de US$20 ao mês, tendo que trabalhar no mínimo 143 anos para comprar um carro velho, ou até 500 anos para comprar um carro novo.

A falta de liberdade em Cuba é tão marcante que mesmo quando a Ditadura Castrista concede uma “permissão”, os cubanos não conseguem usufruir desta. No fim, nada muda, pois Cuba continua dominada pela ditadura dos Castro e os cubanos à mercê do que eles quiserem fazer da ilha cárcere e de sua população.

Por Roberto Lacerda Barricelli

Fontes:

InfoMoney – http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/carros/noticia/3132101/primeiro-dia-vendas-livres-carros-cuba-tem-peugeot-508-por

Car Advice – http://www.caradvice.com.au/128514/peugeot-508-australian-launch-update/

Globo.com – http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/10/cuba-anuncia-unificacao-do-peso-cubano-e-do-peso-convertivel.html

Economia Uol – http://economia.uol.com.br/cotacoes/cambio/dolar-comercial-estados-unidos/

Cubanos por el mundo – http://cubanosporelmundo.com/2014/01/03/listado-de-precio-de-los-carros-en-cuba-segun-el-estado-cubano/

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A Grande Fome na China Comunista (1958-1962)

AGrandeFome

Da série: “Horrores do Comunismo”

Sob o domínio da figura tacanha e egocêntrica de Mao Tsé-tung, seu “Líder Supremo”, a China passou pelo período mais obscuro do século XX e do qual se tem registro até a atualidade.

Mao (cujo nome serve como uma luva) estava impaciente pela demora no processo de industrialização da China e revoltado com a resistência dos camponeses à coletivização do campo, dos meios de produção, de sua mão de obra e suas propriedades. “Como ousam se recusar a entregar tudo pelo qual trabalharam a vida toda ao Estado? Como ousam se recusar a trabalhos forçados e tentar proteger suas propriedades privadas? Que absurdo!” Provavelmente seja este o pensamento de Mao.

Então, em 1958, Mao Tsé-tung iniciou seu plano de coletivização forçada ao qual chamou de “O Grande Salto em Frente”, mas que se mostrou o “Grande Salto para a Fome”. Assim como Stalin causou o Holodomor na Ucrânia entre 1933-1934 com seu plano de coletivização, o mesmo ocorreu com a China entre 1958-1962 com a coletivização forçada de Mao. Os governos comunistas parecem ter um padrão histórico e hediondo de comportamento, mas falarei disso em outro artigo.

O Professor Frank Dikötter, da Universidade de Hong Kong, obteve acesso a documentos do Partido Comunista Chinês, até então secretos, os quais revelaram os horrores do período do “Grande Salto em Frente”. Foram quatro anos sombrios, de calamidade e desespero.

Segundo o Livro publicado pelo professor Dikötter (A Grande Fome de Mao) as estatísticas compiladas pelo Gabinete de Segurança Pública na época (1958-62) apontam para 45 milhões de mortes prematuras. A maioria das mortes causadas pela fome que se instalou com as políticas impraticáveis de Mao que atendiam à sua personalidade narcisista, não ao povo da China.

Falo em “personalidade narcisista” sem titubear, pois não foi apenas a impaciência de Mao (então há 10 anos no poder) com a marcha lenta do desenvolvimento econômico e a resistência à coletivização que o levaram a lança o “Grande Salto em Frente”, mas, principalmente, seu desejo de se tornar o Grande Líder do Campo Socialista. Seu desejo em ser maior que os demais levaram 45 milhões de pessoas à morte em apenas quatro anos.

O slogan do plano de Mao era: superar a Inglaterra em 15 anos. A Inglaterra era a maior potência industrial da época. Realmente a China de hoje ultrapassou os ingleses e faz frente aos Estados Unidos, porém, sem que qualquer mérito possa ser atribuído a Mao, pelo contrário, políticas mais “liberais” como a criação de zonas especiais e maior abertura econômica, atraindo multinacionais com mão de obra barata (devido a imensa oferta de mão de obra acima da demanda) e incentivos fiscais. Se no campo social a China de hoje continua com seu comunismo repressivo, no campo econômico a liberalização está em gradual expansão, mantendo nas mãos do Estado “apenas” setores considerados estratégicos para a economia do país (mas principalmente para a manutenção do Partido Comunista no poder e a expansão da riqueza de seus pares), o que não é ideal (pois a iniciativa privada pode sempre fazer melhor com menos custo, gerando mais empregos de melhor qualidade e renda maior), mas já é um avanço importante.

Voltando a Mao. O então Líder Supremo da China utilizou o que ele achava ser sua principal “arma” na perseguição ao desenvolvimento econômico e que permitisse ultrapassar a União Soviética e a Inglaterra: a mão de obra de milhões de trabalhadores, homens e mulheres (adultos) e crianças. Para tanto, coletivizou tudo que estava ao seu alcance e amontoou os camponeses em enormes comunas, que surgiram no lugar das propriedades privadas dos agricultores (fossem grandes ou micro).

Mas o grande problema não foi a falta de comida, mas o confisco dos alimentos pelo Estado para destiná-los à exportação e a utilização da comida como política de extermínio dos opositores e “inimigos” (reais e irreais), de repressão ao povo e eliminação dos considerados mais fracos e menos produtivos. Por exemplo, indivíduos conservadores e de direita foram deliberadamente levados à fome para que morressem, através do não repasse de alimentos, ou repasse de comida podre e em quantidade abaixo do mínimo. O mesmo foi feito aos que dormiam no serviço, os doentes, debilitados, deficientes e muito idosos. Todos propositalmente levados ao limite da fome para que morressem.

No período houve ao menos 3 milhões de execuções, por todo tipo de banalidade. No livro do professor Dikötter, há o relato de um pai que foi obrigado a enterrar vivo o próprio filho como punição por este ter roubado um punhado de grãos de uma das cantinas públicas existentes nas gigantescas comunas, onde a comida era distribuída “a colheradas”. Assim como durante o Holodomor causado por Stalin na Ucrânia, pessoas foram executadas por roubarem alimentos como uma batata, ou uma maça, durante os quatro anos do “Grande Salto em Frente”. Outro padrão histórico de comportamento dos ditadores comunistas.

Logo que o fracasso se mostrasse iminente, Mao criaria todo tipo de bodes expiatórios nos quais colocar a culpa (como hoje faz Cuba, Venezuela e Coreia do Norte, outro padrão). Claro, a culpa não poderia ser de suas políticas desprovidas do mínimo de ciência econômica, pois Mao com certeza era capaz de controlar a economia e jogá-la de um lado ao outro de acordo com suas vontades, independente dos fatores econômicos que geram escassez, como sucateamento dos serviços, demanda maior que a oferta e balança comercial muito desfavorável (como a causada pela exportação de alimentos em grande escala, causando o desabastecimento interno) e o cálculo dos preços, impossível no comunismo (e no socialismo). O Grande Líder se mostra um Grande Idiota.

No desespero de impedir a descoberta da verdade, muitas fotos e documentos foram destruídos pelos comunistas maoístas quando a Ditadura Comunista (desculpe o pleonasmo) de Mao entraria em crise durante seus 10 últimos anos, de 1966 até 1976 (quando morre o ditador), devido a insatisfação de diversos membros quanto aos nefastos resultados das políticas utópicas de Mao e seu novo plano de “Revolução Cultural”.

Porém, além de diversos documentos, o professor Dikötter encontrou nas mãos de um pesquisador chinês uma foto de um caso de canibalismo desencadeado pela fome (outros documentos, descobertos por ele, mostram que casos assim ocorrerão em todo o país) onde um rapaz está parado em frente uma “bacia” com uma criança (seu irmão) desmembrada. Casos extremos como comer lama e fezes também estão registrados. Os chineses foram levados ao fim da moralidade humana.

Mao ficou no poder entre 1949 e 1976 (27 anos) e em apenas quatro anos obteve um saldo impressionante de 45 milhões de mortos, qual será o número total (certo ou aproximado), somados esses 4 anos aos demais 23, da Ditadura Comunista? Responderei a isso em breve, em artigo futuro desta mesma série.

Por Roberto Lacerda Barricelli

Fontes:

Livro – A Grande Fome de Mao (Dikötter, Frank. Dom Quixote, 564 páginas. Ano: 2010)

Mídia Sem Máscara – http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/china/12781-a-grande-fome-de-mao.html

Jornal Data Base – journaldatabase.org/articles/grande_salto_para_frente_grande_fome.html

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