Orçamento do Ministério da Saúde pagaria Plano Privado aos assistidos pelo SUS no país

Em artigo anterior falei sobre a cidade de São Paulo, neste provarei que o orçamento do Ministério da Saúde é suficiente para pagar um bom plano privado a todos os assistidos pelo SUS no Brasil.

Para iniciar pegarei a operadora de plano individual/familiar pessoa física mais cara do país, a Unimed Paulistana, e seu plano enfermaria para tornar possível a comparação com o SUS, posto que neste não há a possibilidade de “quarto individual” a não ser quando há risco de epidemia ou que o paciente X coloque em risco a vida dos demais. Lembrando que mesmo o plano enfermaria da Unimed Paulistana possui qualidade superior ao atendimento encontrado majoritariamente no SUS, salvo raras exceções.

Sabendo que apenas 23,7% da população brasileira possui atendimento de saúde através de plano privado, podemos afirmar que os demais 76,3% obrigatoriamente precisam de alternativas como Instituições sem fins lucrativos e o SUS. Bem, segundo informações do próprio Ministério da Saúde 150 milhões de brasileiros dependem do SUS.

Logo, ao observarmos o orçamento de R$100 bilhões do Ministério da Saúde dividido entre as agências relacionada a área da Saúde e o Fundo Nacional de Saúde e dividirmos pelo número de pessoas atendidas pela saúde pública (150 milhões), temos um custo médio anual de R$666,67 por pessoa, ou seja, R$55,56 ao mês.

LOA-MSO plano da Unimed Paulistana na faixa de 0 a 18 anos custa R$160,70 e na faixa dos 44 ao 48 anos custa R$393,75. Porém, um plano de adesão, ou seja, quando diversas pessoas aderem sendo conveniadas a uma instituição X (como um sindicato ou empresa) por haver mais vendas e não ser regulamentado pela ANS , livrando a operadora de diversas burocracias, custa 71% menos que o individual. Além disso, a desburocratização do setor de saúde (operadoras e demais instituições de saúde) e a desoneração de ambas economizariam diretamente as operadoras 31,56% de impostos e indiretamente mais 30% de custos por desonerar os 28% em média de impostos sobre as instituições de saúde que prestam serviço (como hospitais e laboratórios) e que representam aproximadamente 92% dos investimento das operadoras.

Portanto, teremos o seguinte quadro:

– Plano de 0 a 18 anos – R$17,91 ao mês

– Plano de 44 a 48 anos – R$43,89 ao mês

E os idosos? Para esses temos operadoras especializadas neles e com ótimo serviço e que em um Livre Mercado como o proposto surgiriam mais, incentivando a competição que leva a melhoria de produtos e serviços e diminuição de preços. Pego, como exemplo a Prevent Senior, que com desburocratização e desonerações deixaria seus planos entre R$36,10 e R$51,07 para pessoas a partir de 49 anos.

Portanto, ao analisarmos que o orçamento do Ministério da Saúde é de aproximadamente R$55,56 ao mês por cada brasileiro atendido pela saúde pública, podemos concluir que desburocratizar e desonerar o setor de saúde (através de parcerias com os Governos Estaduais e Municipais) e oferecer vouchers para cada um dos 150 milhões de brasileiros assistidos contratarem planos privados (o que entraria no tipo “adesão” por todos advirem da mesma “fonte”) baixaria o custo médio consideravelmente, pois o plano mensal mais caro comparável ao atual (porém com mais qualidade) fica R$11,67 mais barato que o custo médio mensal atual do Ministério da Saúde.

E lembre-se que fiz a conta com a operadora mais “cara”, havendo outras melhores que o SUS e mais baratas que a Unimed Paulistana, que em um ambiente de Livre Mercado aumentariam, incentivando a concorrência, que obriga-as a melhorarem seus produtos e serviços e baixarem preços, concluímos facilmente que o custo real seria ainda menor e os serviços e produtos que hoje são questionáveis em muitas operadoras (justamente pelo ambiente tributário e burocrático desfavorável) seriam raros.

Ah, Roberto, mas você não prestou atenção, desses 100 bilhões, “só” 91 bilhões vão diretamente para o SUS através do Fundo Nacional de Saúde, logo, o restante vai para as agências como a ANVISA e a ANS e não podem ser contabilizados nessa conta”. Ora, estou falando apenas do orçamento (total) do Ministério da Saúde e não levei em conta os investimentos de Estados e Municípios para além desse orçamento que aumentam ainda mais o custo da saúde pública e com certeza o deixa bem acima dos R$55,56. Minha intenção é mostrar que desburocratizar, desonerar e implantar o sistema de vouchers na saúde diminuirá os custos desta e melhorará exponencialmente a qualidade dos produtos e serviços. Sendo assim, nossos bolsos, dos quais saem os impostos que mantém o sistema precário e inferior atual agradecerão.

Por Roberto Lacerda Barricelli

Fontes:

Portal do Ministério da Saúde – http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/index.html

Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) – https://www.ibpt.org.br/

Saúde Plena – http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/10/16/noticia_saudeplena,146028/pouco-mais-de-23-da-populacao-brasileira-e-atendida-por-planos-de-sau.shtml

Revista Valor Econômico – O impasse da saúde pública – (Por Luciano Máximo) – Edição do Fim de Semana de 04, 05 e 06 de outubro de 2013 – (Link com resumo da matéria no site – http://www.asiacomentada.com.br/2013/10/valor-econmico-sobre-o-sus-no-seu-25-aniversrio/ )

Estadão – População do Brasil passa dos 200 milhões de habitantes em 2013 (29/08/2013) – http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,populacao-do-brasil-passa-dos-200-milhoes-de-habitantes-em-2013,1069145,0.htm

Preços dos Planos de Saúde (Tabela Vigente) – http://www.ellje.com/unimed_paulistana.htm

Prevent Senior – http://www.preventsenior.com.br/v3/planos/

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6 Respostas para “Orçamento do Ministério da Saúde pagaria Plano Privado aos assistidos pelo SUS no país

  1. cidadaoconciente

    Você esqueceu de falar no seu artigo que os planos nessa faixa de preço citado (menos de R$100) são de participação, ou seja, o “cliente” tem de pagar parte do custo das consultas e exames, enquanto o SUS é completamente gratuito. Além disso, o SUS hoje é um único “plano” que financia operações complicadas como transplantes de alguns ógãos, já que esses custos não são cobertos pelas operadoras privadas. Se tudo for privatizado, quem é que vai pagar 100mil reais para um implante de figado?

    • Os planos que eu fiz o cálculo são individuais, não de participação. Só citei o fato de que em um ambiente sem regulamentação da ANS os preços dos planos são 71% mais baratos. Nem todos os planos por adesão e empresariais são por participação, isso depende do acordo feito pelo sindicato, empresa e/ou associação.

      A diferença apontada no artigo é que em um ambiente desburocratizado e desonerado, ou seja, de livre mercado, os Planos Individuais (que a cobertura é de inteira responsabilidade da operadora) ficarão nas faixas de preços citadas.

      Os implantes de fígado custam hoje 100 mil reais devido aos custos operacionais dos hospitais que os fazem com as 2.600 horas anuais gastas com escrituração fiscal e os 28% de impostos diretos (isso sem contar os indiretos) e a falta de incentivos a doação de órgãos. Em um Livre Mercado o hospital poderá oferecer uma remuneração às famílias das pessoas que aceitarem serem doadoras (obviamente os órgãos serão retirados apenas após a morte) o que inclusive destruirá o comércio ilegal de órgão que mata milhares de pessoas todos os anos.

      E em um ambiente de Livre Mercado, a concorrência obrigará operadoras e instituições de saúde a investirem em qualidade superior e preços menores, pois que fugir a essa regra de mercado falirá.

      As empresas/empresários não são boazinhas(os), o que acontece é que através da busca pelo lucro, em um ambiente de Livre Mercado, acabam fazendo algo que não era a intenção delas/es: promover o interesse da sociedade.

      Abraços!

      Roberto

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