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De quem é a culpa pelo fiasco da Copa do Mundo de Futebol no Brasil?

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O Governo brasileiro que ofereceu o Brasil para sediar a Copa do Mundo de Futebol da FIFA 2014 e nós que não tomamos nenhuma atitude ao longo dos 6 primeiros anos contra tal decisão. Logo, não é da responsabilidade da FIFA efetuar quaisquer investimentos que sejam para que o país tenha condições de sediar. Ao se oferecer, o Governo aceitou de imediato todas as regras estabelecidas pela FIFA e, portanto, não pode reclamar agora.

A FIFA não obrigou ninguém a investir em Estádios, pois o Governo ao se oferecer para sediar a Copa, sabia da necessidade de construção e que nas regras da FIFA para que um país sedie o evento consta a necessidade de haver um número X de Estádios com Y características, não sendo responsabilidade da FIFA construí-los, ou neles investir.

Imagine que somos donos de um evento e que só nós podemos autorizar que outros o recebam, por exemplo, uma Mostra das obras do autor X. Então, um Museu vem atrás de nós e pede para receber tal mostra, já sabendo que precisará ter uma estrutura Y para que isso seja possível. Ora, é de nossa responsabilidade investir no Museu para que ele possa receber o nosso evento do qual ele veio pedir para receber? Não!

A FIFA tem seus problemas, mas a culpa pelo fiasco da Copa é totalmente do Governo brasileiro que sabia de antemão tudo que seria necessário para sediar o evento, quais eram os termos, tendo aceitado estes e prometido a estrutura, mesmo sabendo que não teria como cumprir com as promessas, pois antes de um país se candidatar (o Governo nos oferecer) para ser sede do evento, a FIFA disponibiliza todos os critérios para que isso ocorra.

A FIFA, como instituição privada e da qual o Governo foi atrás, não faz nada além do certo em proteger seus interesses. Não cometeram crime algum, não iniciaram agressão contra ninguém.

A culpa é do Governo e, também, a culpa é nossa (e muito nossa), que quando, em 2007, recebemos a notícia de que o Brasil sediaria a Copa, acreditamos nas promessas do Governo e nada fizemos para impedir este fiasco, mesmo com o passar dos anos e ficando claro o problema que isso causaria.

A FIFA não impôs a Copa ao Brasil, nem aos brasileiros, tão menos exigiu que fossem construídos Estádios e torrados recursos públicos nas obras X, Y ou Z. A FIFA possui critérios anteriores à candidatura do Brasil e como eles serão atendidos é problema de quem se candidatou. Se os Estádios “padrão FIFA” e todos os critérios como mobilidade, estrutura das cidades, etc, já existisse antes da candidatura, não haveria necessidade de investimentos e a FIFA não interferiria, se os investimentos necessários fossem todos patrocinados pela iniciativa privada, a FIFA não se intrometeria, assim como sendo mais de 85% dos investimentos oriundos do setor público (segundo a Folha de São Paulo), a FIFA não interferiu na origem desses recursos, no máximo, lembrando ao país que os critérios pré-existentes à candidatura precisam ser atendidos, independente de onde saiam os recursos para tal (deixando isso a cargo do Governo decidir).

O erro foi do Estado, que com mais uma ação de pão e circo ofereceu o país para sediar um evento ao qual não possui estrutura e que consumiu recursos advindos dos bolsos dos pagadores de impostos, sem a menor responsabilidade (típico do Estado) e também é nossa, que tivemos sete anos para reclamar e deixamos (como bons brasileiros) para fazer isso de última hora.

A FIFA tem seus erros, com certeza, como o obscurantismo que ronda o sorteio dos ingressos da Copa e quais os critérios utilizados (dados não divulgados) e devemos pressionar a entidade como consumidores, mas colocar sobre ela parte da culpa dos gastos públicos infindáveis, da corrupção política, dos conchavos entre o Governo e empreiteiras de “amigos do Rei” (algo que o cientista político Fabio Ostermann, Diretor de Relações Institucionais do Instituto Liberal, diagnosticou corretamente como “capitalismo de compadres”, que é o sistema que impera no país) e tantos outros problemas nossos, é no mínimo tapar o sol com a peneira, ou agir como uma criança que ao ouvir uma verdade que lhe incomoda, tapa os ouvidos com as mãos e começa a falar bem alto: “La la la la la la la”.

Roberto Lacerda Barricelli é Jornalista

Fontes:

Jogos Limpos – http://www.jogoslimpos.org.br/destaques/investimentos-publicos-na-copa-substituem-os-privados/

Folha de São Paulo – http://www1.folha.uol.com.br/esporte/folhanacopa/2013/06/1297264-gastos-publicos-com-a-copa-2014-sobem-e-chegam-a-r-28-bilhoes.shtml

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Greves e Copa do Mundo de Futebol – Tudo a ver

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O estouro de greves pelo país às vésperas da Copa do Mundo de Futebol FIFA 2014 não é de se estranhar. O pós-doutor em economia pela University of Alabama, Adolfo Sachsida, avisou em 2013 que haveria tais greves. Mas por quê?

Ora, estamos próximos à Copa do Mundo, que consumiu bilhões do dinheiro dos pagadores de impostos, tem obras inacabadas e outras que sequer saíram do papel, Estádios “prontos” de última hora, nenhum investimento público em transportes, mobilidade e estrutura e (o que é pior) impossibilitam a iniciativa privada de fazer tais investimentos, pois sabem que são incompetentes para tal, que essa incompetência é clara para a maioria dos cidadãos, que a iniciativa privada faz melhor, gastando menos e sem socializar os custos e prejuízos e que tudo isso aumentaria ainda mais o mico. Resumindo, o Estado detesta e teme a concorrência, pois sabe que ela escancara sua ineficiência frente à eficiência da iniciativa privada.

Sabendo de tudo isso, por que os funcionários públicos e de serviços considerados essenciais como transportes, eletricidade, etc, não fariam greves? É a oportunidade perfeita para chantagear o Estado: “ou nos atendem em nossas reivindicações, ou os serviços continuarão paralisados e o mico da Copa será ainda maior”, ou então: “ou nos atendem, ou paralisaremos os serviços durante a Copa”. Qual a opção que o Estado escolherá?

Além dos bilhões despejados irresponsavelmente em um evento que poderia ser muito melhor organizado pela iniciativa privada, sem a socialização dos prejuízos aos pagadores de impostos. Tanto é verdade que nas edições onde a responsável foi a iniciativa privada, as obras foram concluídas muito antes da Copa, como na França em 1998 e na Alemanha em 2006, com custos menores que os nossos.

Não bastassem os custos já inicialmente altos, houve aumento significativo dos gastos, que em alguns casos alcançaram os 166% de aumento em relação ao projeto inicial (o caso da obra aeroportuária em Salvador/BA, que de R$30 milhões subiu para R$79 milhões).

Portanto, entre aceitar as demandas dos grevistas, ou recusá-las e ver a Copa do Mundo de Futebol ainda mais prejudicada pela falta dos serviços, qual será a decisão do Estado? No fim, os pagadores de impostos novamente arcarão com o prejuízo gerado pelo oportunismo daqueles que sustentamos e da estupidez de um governo que se colocou na posição de refém desses indivíduos. Como todo custo extra impacta no orçamento, não será surpresa se houver aumento de impostos.

No fim de tudo, pagamos pelas obras inflacionadas, pela irresponsabilidade, ineficiência e incompetência do Estado e pelo oportunismo de grevistas que se aproveitam da situação para aumentar os próprios ganhos e nos prestarem serviços inferiores e mais caros.

Roberto Lacerda Barricelli é Jornalista

Fontes:

Vídeo do Adolfo Sachsida – https://www.youtube.com/watch?v=-5R59vjoNZU

Tribuna da Bahia – http://www.tribunadabahia.com.br/2014/01/13/150-dias-da-copa-custo-de-obras-sobe-ate-166-tres-estadios-estao-atrasados

O Globo – http://oglobo.globo.com/economia/aeroviarios-brasileiros-ameacam-greve-durante-copa-do-mundo-12465739

Folha de São Paulo – http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj1207201004.htm

Estadão – http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,alemanha-tera-seu-proprio-centro-de-treinamento-para-a-copa-no-brasil,1108130,0.htm

G1 – http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/05/primeira-manha-apos-greve-de-onibus-e-tranquila-para-passageiros-no-rio.html

Estadão / Brasil – http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,tj-decreta-ilegalidade-da-greve-de-bombeiros-e-pm-em-pernambuco,1167021,0.htm

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As falsas promessas da Ministra Dilma Rousseff

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Antes de ser presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT) já estava acostumada a fazer promessas que não sabia se poderia cumprir, ou que sabia que não poderia. A prova disto está em suas falas em 03 de junho de 2009, publicadas pelo portal G1.

Nessa matéria, Dilma (então Ministra da Casa Civil) promete que o trem bala estará pronto pelo menos no trecho São Paulo – Rio de Janeiro e funcionará antes da Copa do Mundo de Futebol de 2014. Também diz que o Governo Federal não investirá em Estádios, sendo que todo investimento será proporcionado pela iniciativa privada (note-se que o Governo Federal construiu Estádio e investiu por decisão própria na reforma de Estádios, sem permitir as menores condições à iniciativa privada de atuar nessa área). Por fim, também disse que os “investimentos” da União seriam exclusivamente para mobilidade urbana.

Bem, estamos em 2014, sem trem bala, que mesmo sem sair do papel torrou até 2013 R$1 bilhão e seu custo que inicialmente seria de R$12 bilhões já está estimado em R$38 bilhões. São R$38 bilhões para construir uma linha férrea e um trem que vá de Campinas ao Rio de Janeiro. Mas será “muito rápido”. Esse valor é correspondente a mais da metade do orçamento do Ministério da Educação em 2013 (R$73 bilhões). Claro, que é um dinheiro que gastariam durante alguns anos, enquanto o MEC gasta isso em um ano, mas não deixa de ser absurdo gastáramos mais de metade do orçamento de um ano do Governo Federal para a Educação na construção de um trem bala. Então esse dinheiro deveria ser revertido para a Educação? Não! Deveria não ser gastado e entrar na redução dos gastos públicos que impulsionam a dívida à estratosfera e servem de desculpa para o Estado aumentar impostos e intervencionismo no Brasil.

Mas voltando ao tema! Só o Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF), custou mais de R$1 bilhão aos cofres públicos. Onde está o dinheiro da iniciativa privada? Também, que empresa é louca o suficiente para investir o próprio dinheiro na construção da Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), aonde a média de público do campeonato local mal chega aos 2 mil pagantes? Que empresário toparia investir em Estádios no Brasil, tendo que enfrentar uma série de regulamentações que atrasam as obras e elevam os custos, além de aguentar o Estado dizendo como deve gerir seu empreendimento? Ainda mais visando um evento e nada mais!

Se fosse um dono de clube/time, como no caso do Gonçalense, do Rio de Janeiro, que terá um Estádio padrão FIFA, para 43 mil pessoas, com instalações modernas e mais seguro que os da Copa do Mundo, por um custo provável de no máximo R$100 milhões (pois são três fases, sendo que já estão na segunda e nela serão investidos R$30 milhões, logo, na terceira não deve haver um investimento que equipare ao custo dos Estádio da Copa e que sequer chegue ou ultrapasse muito os R$100 milhões), tudo financiado pela iniciativa privada, aí valeria a pena investir e arcar com as burocracia, regulamentações, etc, pois há um projeto sério, visando o longo prazo e não apenas um evento que dura um mês.

Quanto à mobilidade urbana… Oras, acredito que uma breve análise da experiência diária de cada brasileiro para se locomover, principalmente nas grandes cidades, pode responder bem esta questão e mostrar que é mais uma promessa não cumprida por Dilma (que disse ser de responsabilidade de Estado e Municípios apresentar os projetos à União, ora, prometeu resultados pelos outros sem nem ter projetos em mãos?). Na dúvida, pergunte aos cariocas e fluminenses que ficarão sem ônibus nos dias 14 e 15 de maio de 2014.

É, Dilma! Aceita um conselho? Não faça promessas que não sabe se poderá cumprir, muito menos as que sabe que não conseguirá cumprir, pois ao ter a primeira atitude mostra que és despreparada e incompetente e ao ter a segunda demonstra mal caratismo e pouco caso com o cidadão brasileiro, que é extorquido mediante coerção estatal a qual chama de impostos e enganado por falsas promessas ou mentiras propositais.

Roberto Lacerda Barricelli é Jornalista

Fontes:

G1 (03/06/2009) –http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1181261-9356,00.html

O Globo (13/08/2013) – http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2013/08/13/trem-bala-triplicou-de-preco-desde-que-comecou-ser-pensado-506763.asp

Opinião & Notícia – http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/trem-bala-brasileiro-e-o-mais-lento-do-mundo-nao-sai-do-papel/

Folha de São Paulo (03/07/2013) – http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/07/1305425-trem-bala-custa-o-mesmo-que-novos-aeroportos-e-rodovia-entre-rj-e-sp-diz-epl.shtml

Agência Brasil – http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-05/rodoviarios-farao-greve-de-48-horas-partir-de-amanha

Globo Esporte – http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2014/05/clube-da-serie-c-do-rio-apresenta-projeto-de-estadio-para-43-mil-pessoas.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=globoesportecom

UOL Esporte – http://copadomundo.uol.com.br/cidades-sede-e-estadios/2014/estadios/

Portal do Ministério da Educação (MEC) – Despesas e Orçamento 2013 –http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17656&Itemid=1168

Portal da Transparência do Governo Federal – Gastos Diretos por Órgão Executor 2013 – http://www.portaldatransparencia.gov.br/PortalComprasDiretasOEOrgaoSuperior.asp?Ano=2013&Valor=10146405185972#

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Iniciativa privada dá outra lição ao Estado

sao_goncalo

Um time da série c do campeonato carioca está com projeto para construir um estádio de última geração com capacidade para 43 mil pessoas. Estádio daqueles que poderiam receber um jogo de Copa do Mundo, devido sua magnífica estrutura (ao menos no papel).

Qual o custo estimado? Na segunda etapa, de R$30 milhões, mas a obra total não deve quiçá chegar aos R$100 milhões, devido ao volume de investimentos necessários estimados para cada etapa. Isso mesmo, enquanto os Estádios com investimento público, construídos e/ou reformados para a Copa do Mundo, ultrapassam os R$1,5 bilhão (R$1.566 bilhão aproximadamente), que é o caso do Estádio Mané Garrincha, que tem capacidade para 70 mil pessoas, o Estádio do Gonçalense F.C. custará “apenas” R$100 milhões.

“Ah, mas o Mané Garrincha tem capacidade muito maior e a área é maior também”. Ok! Só que a Arena Pantanal (um estádio construído em Cuiabá, Mato Grosso, onde a média de público em jogos locais sequer passa dos 2 mil torcedores) possuirá 42.968 lugares e o custo final será 17,5 vezes maior, ou seja, de R$525 milhões do dinheiro dos pagadores de impostos. O que esperar quando deixamos nas mãos do Estado prover a construção de Estádios para um evento esportivo? O Estado é incapaz de gerir os escassos recursos que adquiriu através da coerção conhecida como imposto e ainda mais incapaz de alocar tais recursos racionalmente, pois não está sob as leis de mercado, logo, não precisa se preocupar com o sistema de lucros e prejuízos, o que impossibilita o cálculo econômico e impede que se mensure qual a demanda e o quanto é necessário ofertar para supri-la, logo, também não consegue calcular quanto precisa investir.

Fora isso, há sempre a corrupção, superfaturamentos, contratos suspeitos e tutti quanti podemos imaginar. A ineficiência já estava comprovada pelos atrasos nas obras, agora, fica ainda mais escancarada.

O estádio do Gonçalense F.C., clube comprado pelo empresário Joacir Thomaz, dono da Macroaction Construtora, terá aproximadamente 43 mil lugares e será entregue completo em 2017, segundo o projeto apresentado. A construção ocorrerá em três etapas, a primeira que entregará o estádio (que será batizado de Catarinão) com capacidade para 5 mil pessoas (previsão de entrega para junho deste ano), a segunda que ampliará para 20 mil e a terceira que ampliará para 43 mil e “onde serão construídos os vestiários de última geração e implantados os traços tecnológicos mais modernos”, segundo a reportagem do Globo Esporte.

Não haverá um centavo sequer de dinheiro “público” nessa obra, segundo Joacir. A área é de 200.000 m² e o campo terá medidas FIFA (105 x 68m), além de ginásio poliesportivo e campos de gramado sintético. Tudo com dinheiro da iniciativa privada.

É! Não basta ser exposto como incompetente, corrupto e ineficiente, o Estado precisa sempre ser humilhado para (quem sabe) com o choque os cidadãos começarem a prestar mais atenção em como seu dinheiro (roubado) é gasto sem o menor pudor, racionalismo e/ou coerência.

Por Roberto Lacerda Barricelli

Fontes:

Globo Esporte – http://globoesporte.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2014/05/clube-da-serie-c-do-rio-apresenta-projeto-de-estadio-para-43-mil-pessoas.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=globoesportecom

UOL Esporte –http://copadomundo.uol.com.br/cidades-sede-e-estadios/2014/estadios/

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